ORGANIZADOR

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

TESTEMUNHO DA FÉ, BOA VONTADE E ESPERANÇA DE UM POVO

Utilizo este espaço para falar e publicar sobre a hitória da Capela Nossa Senhora de Fátima da localidade Serrota, em Santana do Acaraú. História contada através dos versos e poesia do saudoso Luís Júnior de Farias, mais conhecido como "O Juniôr", que foi por muito tempo celebrante naquela localidade, mas morava no Sapó de Baixo, de onde por várias vezes saia de bicicleta para chegar até Serrota e realizar de forma totalmente voluntária  e perseverante os seus trabalhos de evangelisação como celebrante, e através de seu poema, que é também um valioso testemunho de uma história de garra e boa vontade, podemos constatar o bem querer que ele tinha pelo povo da Serrota, bem como de todo o povo do Distrito João Cordeiro, portanto, faço este registro para que nunca seja esquecida essa história, e em memória, para que também nunca seja esquecido este conterrâneo santanense do Sapó de Baixo que realizou grande trabalho comunitário, não so para a Serrota, mas para todo o Município de Santana do Acaraú - CE. Vamos conferir a poesia de Juniôr, que conta a história da Capela de Nossa Senhora de Fátima, padroeira da Serrota.

Construção da Capela da Serrota

Chamando o povo a atenção
Expondo a publicidade
Encerrando uma verdade
A qual nos dá prova dum
Produto de boa vontade


Num modesto lugarejo
Por Serrota, conhecido
“Neste termo de Santana”
Um recanto sucumbido
Realizou-se o que Deus
Tinha há muito prometido


Aquele sitio, onde Deus
Tinha já determinado
Que lhe fosse erguido um Templo
Estava hoje habitado
Por povo fiel católico
De boas intenções guiado


Sendo ali proprietário
Um importante senhor
Antônio Rios que era
Da terra todo o primor
Católico regenerado
Amante do Salvador


Este sentia nascer
Em seu terno coração
Desejo de trabalhar
A bem da religião
Erguendo ali em seu bairro
Uma casa de oração


Então ao vigário
O Padre Joviniano
Este contente falou
Ao povo paroquiano
De forma que a campanha
Iniciou-se em ufano


Antônio com esperança
De elevar seu intento
Começou a por as cousas
Em bom organizamento
Empregando todo o tempo
No seu empreendimento


Montou logo uma olaria
Fazendo os materiais
Na qual contente empregou
Homem, menino e rapaz
Pegando-se pelo direito
Que é assim que homem faz


Depois de estarem prontos
Tijolos, telhas também
Antônio, fez transportar
Madeiras de muito além
Botando tudo no ponto
Pois de fato estava bem


Falou então ao Vigário
Que já estava preparado
Para enfrentar a campanha
E queria que fosse dado
 O local para a capela
De acordo a seu agrado

10º

Então coma permissão
Do Bispo diocesano
Junto a um oficial
O Padre Joviniano
Foi dar planta do novo
Templo paroquiano

11º

Foi pelo mês de agosto
Do ano cinqüenta e seis
Pelo dia dezessete
Desse mesmo dito mês
Que foi marcado o local
Onde a capela se fez

12º

Antônio em atividade
Ao mesmo tempo pedia
Auxílios aos seus amigos
E também leilões fazia
Adquirindo com custo
Porém boa vontade havia

13º

Então a um Setembro
Uma data prazenteira
Os oficiais sentaram
Do templo a pedra primeira
Sendo a virgem de Fátima
Tomada por padroeira
14º

Em nove metros de largo
Com vinte de comprimento
Foram enchidos os alicerces
E dado iniciamento
A subir os paredões
Em um bom soerguimento

15º

Com um mês e poucos dias
Que estava em construção
Houve a primeira Missa
Onde o povo em oração
Pedia a Virgem de Fátima
Sua cooperação

16º

Terminada a Santa Missa
O Vigário satisfeito
Falou ao povo pedindo
E então, teve bom proveito
Que aonde o povo tem gosto
Qualquer pedido é aceito

17º

O Vigário prazenteiro
Dizia tenho certeza
Que breve a nossa paróquia
Terá um Templo <<beleza>>
Onde a Virgem de Fátima
Mostrará sua grandeza

18º

Continuo o trabalho
Sem materiais faltar
Os oficiais também
Satisfeitos a lutar
Vendo-se já um milagre
De tudo ali prosperar

19º

Passado um mês novamente
O Vigário com prazer
Celebrou lá outra Missa
Onde pôde conhecer
A boa vontade do povo
E melhor se satisfazer

20º

Naquele tempo o trabalho
Estava bem aumentado
De forma que com um mês
Via-se quase terminado
Pois com seis dias depois
Foi o Templo batizado

21º

Foi isto como sabemos
No dia um de janeiro
Do ano cinqüenta e sete
Que nos surgiu prazenteiro
Parece que dando vivas
Ao pessoal serroteiro

22º

Logo ao alvorecer
Àquele saudoso dia
A passarada cantava
A brisa fresca sorria
Anunciando ao mundo
A novidade que havia

23º

Para o local da capela
O pessoal afluía
Em carros e animais
E de pés, em alegria
Já mais de mil assistentes
Ali se reunia

24º

Às oito horas do dia
Foi chegando em procissão
Nossa Senhora de Fátima
Para tomar posse então
Do Templo que lhe ergueram
Naquele pleno sertão

25º
Se ouvia cânticos e vivas
Em louvor à Padroeira
Fogos no ar explodiam
Há! Que hora prazenteira
Uma imitação dos anjos
Louvando a mãe verdadeira

26º

Então a Virgem de Fátima
Foi no altar colocada
Sendo logo em seguida
Pelo padre batizada
Como também a Capela
Para sempre inaugurada

27º

Às nove e meia ouviu-se
Uma Missa celebrada
Pelo povo que ajudou
Na obra tão sublimada
Recebendo gratidão
De Maria Imaculada

28º

Naquela Missa o Vigário
Fez importante sermão
Elogiando e louvando
O povo por sua ação
E que a Virgem de Fátima
Daria recompensação

29º

De forma que terminou
A cerimônia importante
Ficando o povo contrito
Satisfeito e radiante
Levando lembrança viva
Do quadro impressionante

30º

E lá ficou a Capela
Batizada e consagrada
A Padroeira de Fátima
Onde será venerada
Esta Virgem milagrosa
Na paróquia amada

31º

De lá a Virgem nos chama
Para fazer oração
Dizendo aos pecadores,
Vens que eu vos dou a Mao
Segues os preceitos Divinos
E terás a salvação

32º

E satisfeito demais
Quero parabenizar
Ao senhor Antônio Rios
Pelo seu gênio exemplar
Pedindo à Virgem de Fátima
Para lhe abençoar

33º

Parabenizo também
Ao operário
Ao povo generoso
Querendo deixar lembrando
Caetano Xavier
Sempre o mais interessado

34º

E soltando minha pena
Ponho as mãos e vou orar
Para Virgem Milagrosa
De lá do seu novo altar
Dar-me boas teorias
Para ei melhor versar

35º

Sem nada mais aumentar
Vou pendido ao meu leitor
Pra dissimular as faltas
Deste pequeno escritor

Luís Júnior de Farias (O Juniôr), em 02 de Setembro de 2006.

Nenhum comentário:

Postar um comentário